Lindo poema escrito por meu companheiro de vôo Rodolfo Pamplona Filho
Voando pela primeira vez...
Rodolfo Pamplona Filho
As mãos gelam
As pernas pesam
Sinto um frio na barriga
que nunca senti antes
Embarque encerrado
A porta foi lacrada
Uma voz informa instruções...
...de emergência?
Quero uma mão para apertar,
um ombro para chorar,
um ouvido para gritar
tudo que tenho a relatar...
O motor é ligado...
Vejo a terra tremer...
Tudo começa a se deslocar
Meu Deus, onde fui parar?
Sinto que estamos subindo
Engulo em seco e abro os olhos
Respiro fundo e tomo coragem
de, finalmente, olhar a janela...
E tudo se acalma
com a beleza do mundo diminuindo,
com a certeza de que não estou caindo
com as nuvens do tapete de algodão
com um novo olhar longe do chão
E tudo se acalma
com um horizonte que é uma pintura
com a bonança depois da loucura
com a paz que se tem na altura
com um medo que fácil se cura
Voando pela primeira vez...
Para a menina que sentou ao meu lado, em pleno vôo da Azul, 26/10/2010
28 de outubro de 2010 22:31
Eu... nada planejo . Dou um salto no escuro e mastigo trevas, e nessas trevas às vezes vejo o faiscar luminoso e puro de três brilhantes que não são comíveis . Eu subo à tona com um brilho em cada pupila dos olhos para transpassar o opaco do mundo, o outro entre os lábios semi-cerrados para quando eu falar minhas palavras sejam cristalinas, duras e ofuscas. (Ângela Pralini)
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Primeira vez - de avião
O avião fura do céu e qualquer nuvem
Deslizando no ar, gelando minhas mãos
Tirando-me assim do chão – meu habitat natural - levando a qualquer lugar
É um misto de medo com diversão
Descoberta e se surpreender
É estar tão longe de todo lugar
Quem sabe mais perto de Deus
Nadando na Imensidão
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